Hoje eu vi mais uma vez o filme que, por mais fantasioso que seja, traduz toda a minha vontade de ser um profissional da saúde: "Patch Adams - o amor é contagioso". Não tenho nenhuma grande ligação com biologia ou química. Na verdade, nenhuma área do conhecimento desperta o meu interesse. O que me enche os olhos é lidar com pessoas. Tratá-las, poder dar-lhes atenção e reconfortá-las. Inspirar confiança, esperança e ânimo. Em resumo, ajudar na resolução de seus problemas.
A primeira coisa que me vêm à mente é a medicina. Por melhor que seja a concepção das pessoas a respeito desta carreira, a maioria delas tem uma imagem muito fantasiosa. Talvez eu também me encaixe nesse grupo, porém com uma visão um pouco mais realista do longo caminho ao jaleco branco.
Em primeiro lugar, o vestibular para medicina é o mais difícil do país. A aprovação depende de uma dedicação intensa aos estudos, e para estudar é preciso dinheiro. Bem, me conhecendo eu digo que precisaria dedicar um ano inteiro estudando num curso preparatório razoável. E a bem da verdade é que ano que vem haverão tantas atribulações aqui em casa que isso só será possível mediante um esforço extremo, o que faz a idéia nao valer muito a pena.
Havendo alguma urgência em passar no vestibular, eu tento escolher outro curso da área da saúde e que seja mais razoável dentro das minhas exigências. Tirando enfermagem e odontologia, que eu acho que não teria muito a ver comigo (nao desprezo os cursos, alias respeito muitíssimo cada um deles, só acho que como pessoa eu nao me realizaria em nenhum dos dois), eu poderia fazer qualquer outro. Ultimamente tenho pensado muito em biomedicina. Só que todos não oferecem a mesma interação entre profissional e paciente. Eis que eu encontro a terapia ocupacional.
Terapia ocupacional, ao contrario do que muita gente nao sabe, é uma profissão reconhecida no Brasil desde 1975 e é muito importante, pois trata da reabilitação física, mental e psicológica de pessoas através de técnicas que envolvam atividades, desde música até dinâmicas, etc. Quando pesquisei, realmente tive(e ainda tenho) uma grande vontade de estudar, só que me deparei com uma grande problemática. Para grande tristeza, esse profissional ainda não é valorizado como deveria, vide sua grande importância para as pessoas que apresentem algum disturbio. O que resta como opção de trabalho são clínicas de reabilitação, que por sua vez pagam salários mínimos. Eu sinceramente acho que a gente deve escolher a profissão por uma questão de vocação, mas acho que não conseguiria me relacionar muito bem com essa grande desvalorização e incerteza de empregos.
Que fazer então ? Sinceramente, acho que a única opção para a situação em que eu me encontro é me formar em biomedicina, e se eu ainda continuar com essa "carência" profissional, faço vestibular de novo. É uma solução a longo prazo, mas ao menos vou poder já garantir alguma profissão, e juntar algum dinheiro com bolsas que eu conseguir pegar durante a faculdade, e quem sabe, fazer medicina em menos anos, por ter matérias em comum com biomedicina. Pode não ser amanhã, mas ainda vou !