quinta-feira, 1 de outubro de 2009

As aventuras de Nenem(Novo exame nacional do ensino médio) contra a Conant (corrupção nacional de nível técnico)

Pois é, acredite quem quiser. Depois de surpreender milhões de estudantes mudando totalmente o processo vestibular do dia para a noite, depois de abrir as inscrições, fechar e abrir de novo, mais uma novidade: descobriu-se as fraudes sujas do Nenem.
E a culpa nem foi dele, coitado. Se bem que na verdade, é tanto esquema que eu não sei mais se avalio um esquema como errado ou como falível. Relembre-mos os fatos: o Estado de São Paulo recebeu uma ligação de um indivíduo que alegava estar de posse das duas etapas do exame que seria aplicado neste final de semana (3 e 4 de outubro) e que se dispunha a negociá-las com a redação do jornal. Uma jornalista (é nessas horas que eu agradeço às mulheres, pois parecem ser as únicas que ainda pensam por aqui) verificou os documentos e memorizou detalhes, informando-os ao ministro Fernando Haddad, que confirmou serem as informações legítimas, culminando com o adiamento do exame.
Vamos então pela lógica básica: para que a prova tenha vazado, ninguém além de um funcionário(da empresa contratada ou quem sabe do próprio Inep) se arriscou forjando uma das cópias. Não entendo muito de leis, mas acho que isso por si só já dá uma cadeia básica. Aí o sujeito se arrisca e consegue enfim ter a cópia, mas para que? Para informar para a redação de um jornal que já não é muito partidário do atual governo que está com a faca e o queijo na mão para fraudar todo o processo.
Entendem? Não só o(s) responsável(is) será(ão) preso(s) assim que descoberto(s), como causou um prejuízo de milhões em impressão e distribuição das provas, além de outros milhões que serão empregados para os novos exames.
Qual será a próxima novidade ? Sinceramente, não quero nem imaginar. Até porque, nesse Brasil de hoje, aceitam-se todos os tipos de sugestões.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

R.I.P. (Reles Indigente Padecendo)

Eu não vou mais tentar provar minha inocência.
Eu não vou mais me preocupar com quem não liga.
Eu não vou me esforçar para me aceitarem como eu sou.
Eu não vou mudar para que me aceitem futuramente.
Eu não vou mais ser o acessível e o sensível.
Eu não vou tentar argumentar com quem não ouve.
Eu não vou ouvir de quem não quer argumentar.
Eu não vou mais me esconder de ninguém.
Eu não vou mais fazer com que me encontrem.
Eu não vou mais esquecer de mim mesmo.
Eu não vou mais fazer com que eu seja lembrado.

Entre estar sozinho e junto de quem não está,
A diferença é nenhuma.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Caro amigo jupteriano,

Quanto tempo, hein? Acho que depois que os ufólogos começaram a levar as coisas a sério você e seu povo ficaram bem mais reservados.
E eu acho que fazem bem mesmo. Sabe, quanto mais eu penso, mais eu vejo como a gente aqui da terra complica as coisas tão desnecessariamente, em detrimento de nós mesmos. Em pleno século XXI, num auge da liberação cultural, estamos bastante insensíveis às coisas belas e simples da vida. E aliamos essa tendência com uma mania ferrenha de nos mantermos numa retranca forte, como se tudo e todos pudessem sempre de alguma forma nos prejudicar.
Quer um exemplo? Venha nos visitar qualquer dia desses e tome um de nossos transportes públicos de rua, que chamamos de ônibus. Entre em um desses e tente iniciar uma conversa amigável e franca com um passageiro. Poucos o responderão de bom humor e aceitarão sua atitude como normal. Isso francamente é algo que não entendo (e olha que estou aqui desde que nasci). Por que a partir do momento em que as pessoas começaram a ficar mais juntas (morando em condominios, pegando onibus..) elas se afastaram tanto e estão tão pouco receptíveis a situações que são tão normais?
Sinceramente, essa falta de coesão de nossa sociedade me encomoda. Fico imaginando as pessoas num planeta tão evoluído como o seu. Lá as pessoas devem ser tão mais solidárias umas com as outras, as relações devem ser tão mais calorosas, muito mais humanas do que a da minha gente que se considera como "a humanidade", que deve ser meio chato nos visitar de vez em quando. Azar nosso.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A vocation story II

Cara, é impressionante. Quanto mais eu penso sobre o meu futuro profissional, mais eu vejo quantas e quantas opções eu tenho para a minha vida. Praticamente, posso fazer o que eu quiser. Mas, como diria Paulo de Tarso, nem tudo me convém.
A única certeza que eu tenho é que eu gostaria muito de lidar (agora acertei a palavra) com gente. Todos os dias. Construir comunicação, conhecer pessoas, suas histórias e quem sabe ter a grande oportunidade de contribuir com a formação de cada um. Tá, talvez eu esteja sendo romântico demais. Mas esse aspecto é o único que realmente faz a minha cabeça.
Só que no mundo capitalista, infelizmente, não se pode viver de romantismo. O que significa que pode ser lindo alguem escolher sua verdadeira vocação e ter até um diploma, mas é a pior coisa do mundo não conseguir emprego na sua própria área, ou ser péssimamente remunerado. E tirando a profissão de médico (porque médico ganha muito bem, queiram ou não) é quase isso que acontece, talvez nao tão tragicamente, com a maioria das profissões que dão a possibilidade que eu busco. Professor, Fisioterapeuta, Jornalista, Psicólogo

sábado, 8 de agosto de 2009

Cada um por si e Deus por todos

Sabe, é estranho como a gente pensa em certas coisas de forma (não) aleatória e que fazem todo o sentido.
Estava olhando aqui fotos de amigos. Fotos de todos em festas, rindo, pulando, felizes, enfim. E de repente me lembro de um programa que assisti uma ou duas vezes, que mostrava um pouco da vida dos "nerds" ou "geeks". A vida desse pessoal "da pesada" (que estuda engenharia elétrica avançada em Harvard e coisas assim) é bastante diferente da vida desses meus amigos da foto.
Para começar, um dos nerds afirmou que preferia assistir à sua coleção de "jornada nas estrelas" do que um encontro com uma garota. O outro é viciado em Video Games. E assim vai.
Só que esse é o tipo de coisa que deve servir para repensar sobre os conceitos de "normalidade". Se pensar bem, TODOS só querem ser felizes. Quer dizer, todos tem gostos em comum, o que logicamente diz que o nerd ali com certeza gostaria mais de ter uma namorada do que assistir sozinho ao filme. Só que se o grupo social dos "descolados" nao dão oportunidades pro nerd, ele vai buscar a felicidade em outro lugar. Quantas vezes será que ele foi mal tratado por uma garota ? Todos tem sentimentos, né?
Por isso acho que TODOS merecem respeito. Porque sempre que tecemos algum comentário sobre o jeito como a pessoa X se veste, se comporta, parece ou gosta, estamos alimentando esse movimento social. Todos são iguais, mas nem todos têm as mesmas oportunidades.

terça-feira, 28 de julho de 2009

A vocation history

Tenho que confessar que estou sem nenhuma paciência para estudar. É que estudar é muito mais difícil quando é por conta própria. Quero dizer, eu aprendo e rendo muito mais assistindo aulas.
Hoje eu vi mais uma vez o filme que, por mais fantasioso que seja, traduz toda a minha vontade de ser um profissional da saúde: "Patch Adams - o amor é contagioso". Não tenho nenhuma grande ligação com biologia ou química. Na verdade, nenhuma área do conhecimento desperta o meu interesse. O que me enche os olhos é lidar com pessoas. Tratá-las, poder dar-lhes atenção e reconfortá-las. Inspirar confiança, esperança e ânimo. Em resumo, ajudar na resolução de seus problemas.
A primeira coisa que me vêm à mente é a medicina. Por melhor que seja a concepção das pessoas a respeito desta carreira, a maioria delas tem uma imagem muito fantasiosa. Talvez eu também me encaixe nesse grupo, porém com uma visão um pouco mais realista do longo caminho ao jaleco branco.
Em primeiro lugar, o vestibular para medicina é o mais difícil do país. A aprovação depende de uma dedicação intensa aos estudos, e para estudar é preciso dinheiro. Bem, me conhecendo eu digo que precisaria dedicar um ano inteiro estudando num curso preparatório razoável. E a bem da verdade é que ano que vem haverão tantas atribulações aqui em casa que isso só será possível mediante um esforço extremo, o que faz a idéia nao valer muito a pena.
Havendo alguma urgência em passar no vestibular, eu tento escolher outro curso da área da saúde e que seja mais razoável dentro das minhas exigências. Tirando enfermagem e odontologia, que eu acho que não teria muito a ver comigo (nao desprezo os cursos, alias respeito muitíssimo cada um deles, só acho que como pessoa eu nao me realizaria em nenhum dos dois), eu poderia fazer qualquer outro. Ultimamente tenho pensado muito em biomedicina. Só que todos não oferecem a mesma interação entre profissional e paciente. Eis que eu encontro a terapia ocupacional.
Terapia ocupacional, ao contrario do que muita gente nao sabe, é uma profissão reconhecida no Brasil desde 1975 e é muito importante, pois trata da reabilitação física, mental e psicológica de pessoas através de técnicas que envolvam atividades, desde música até dinâmicas, etc. Quando pesquisei, realmente tive(e ainda tenho) uma grande vontade de estudar, só que me deparei com uma grande problemática. Para grande tristeza, esse profissional ainda não é valorizado como deveria, vide sua grande importância para as pessoas que apresentem algum disturbio. O que resta como opção de trabalho são clínicas de reabilitação, que por sua vez pagam salários mínimos. Eu sinceramente acho que a gente deve escolher a profissão por uma questão de vocação, mas acho que não conseguiria me relacionar muito bem com essa grande desvalorização e incerteza de empregos.
Que fazer então ? Sinceramente, acho que a única opção para a situação em que eu me encontro é me formar em biomedicina, e se eu ainda continuar com essa "carência" profissional, faço vestibular de novo. É uma solução a longo prazo, mas ao menos vou poder já garantir alguma profissão, e juntar algum dinheiro com bolsas que eu conseguir pegar durante a faculdade, e quem sabe, fazer medicina em menos anos, por ter matérias em comum com biomedicina. Pode não ser amanhã, mas ainda vou !

domingo, 26 de julho de 2009

(Não) desista dos seus sonhos !

Sonhos são interessantes. Geram milhões de bordões e frases de horóscopo, e refrões de cantigas infantis. Há aqueles que tentam de todas as formas realizar seus sonhos, e outros que preferem ficar com a realidade já realizada. Sonhos : realidade ou fantasia?
Na vida podemos sonhar à vontade. Mas nem sempre sonhar me convém. Não adianta que eu não aceito frases pré-aquecidas, muito menos sobre algo tão volátil quanto sonhos. Pode parecer cruel e até mesmo frio, mas pra mim sonhos acabam não existindo.
A minha teoria é bastante simples. Todos nós sonhamos com alguma situação. Mas se observarmos bem, todos os nossos sonhos acontecem sob circunstâncias que nós determinamos, e aí é que está o problema: boa parte da vida acontece independente da nossa vontade. Ou seja, para que um sonho seja realizado, ou damos a sorte de nascer no tempo e espaço exatos para a nossa fantasia, ou as coisas só vão acontecer no mundo de nossa imaginação, que é pra onde vão muitos sonhadores.
Na verdade, a questão do sonho está ligado ao estilo de vida das pessoas e sua visão a respeito desta. Os otimistas tendem a ser mais sonhadores. Os pessimistas, realistas. Assim, não há receita pré-estabelecida. Cada um escolhe se vai arregaçar as mangas e dar duro para concretizar uma situação que se aproxime do seu sonho, ou vive na realidade. Eu prefiro a realidade.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

100 preconceitos..

Freqüento um Centro Espírita em Bento Ribeiro, o Centro Espírita León Denis, todas as quartas e sábados. E lá eu participo de um grupo de discussões jovem.
Hoje contamos com a companhia de um rapaz chamado Marcos. Marcos é um jovem que apresenta algum retardamento mental, que eu classificaria como "leve". É um rapaz dócil, muito carinhoso e educado, mas parece estar sempre meio fora do ar e é muito ingênuo. E por essas características, ele expôs a nós alguns fatos de seu cotidiano, sem qualquer "constrangimento" que uma pessoa em plena consciência teria ao dizer. Segue alguns trechos do depoimento dele:

"...hoje teve festa junina na (nome da instituição de amparo à deficientes que ele freqüenta). Eu convidei algumas pessoas pra ir, só que elas disseram que não iam porque lá é lugar de gente doida. Eu devo perdoar elas?..."

"...por muito tempo eu não acreditei em Deus, porque ele me deixou muito tempo só, sem família...aí eu fui adotado..."

"...na minha casa, o meu pai(Pai adotivo do Marcos) tem uma filha (filha legítima do pai) que é religiosa, mas ela não almoça comigo na mesa, porque ela diz que é um absurdo isso..."

Tirando a parte da religião, que não está sendo discutida nessa postagem, percebe-se o que o preconceito causa. Não é porque o indivíduo possui dificuldades mentais que ele necessariamente não vai entender o que se passa ao seu redor. E veja que Marcos está longe de ser um daqueles mais difíceis de lhe dar, pelo contrário: se mostrou muito interessado em participar da discussão no grupo e mostrar seu carinho por todos nós que o recebemos bem.
Não serei hipócrita : eu não estou livre de ser preconceituoso. Mas honestamente me preocupo bastante em reduzir ao máximo meus julgamentos, e depois de hoje, triplicarei essa preocupação. Então convido todos a refletirem sobre si mesmos e seus hábitos, porque o preconceito se mostra de muitas formas, e é um veneno social que só pessoas como Marcos podem traduzir para nós.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Derrotismo, a derrota e a vitória

Hoje passei por uma experiência interessante para juntar no meu álbum de reflexões.

Como a maioria dos jovens de 17 anos, eu sou vestibulando. E tive uma amarga decepção no primeiro exame de qualificação da UERJ, em junho: fiz 28 acertos de 60, o que me conferiu conceito D. Fiquei muito chateado, ainda mais por ver pessoas e pessoas tirando acima de 31. Agora eu me dei conta de que de lá para cá eu entrei numa onda de derrotismo que poderia ter me prejudicado.
Então, na férias, decidi abrir mão de mim mesmo e estou fazendo um esforço enorme - mesmo que não percebido - para voltar a ser o Hugo estudioso que eu era até o primeiro ano do ensino médio. Estou inclusive adiantando a matéria de geografia do próximo bimestre por ter ficado um décimo abaixo da média. Mas é que eu não sou estudante da média, sabe? Eu sei que eu posso render muito mais que D na UERJ e 6,0 em geografia. Por isso estou colocando a minha vontade em continuar estudando todo dia.
E hoje, inocentemente, imprimi uma prova da UERJ de 2007, relativa à primeira fase, pra fazer em casa, pra estudar e treinar ao mesmo tempo. Qual não foi a minha surpresa? Tirei conceito A, com 43 acertos. É, eu sei, eu fiz em casa, tranquilo e tal. Mas isso serviu pra me mostrar que com esforço e dedicação se consegue tudo, e me lembrou que eu sou capaz. Também serviu pra me lembrar - pela milésima vez na vida - de que uma batalha perdida não define a guerra, isto é, o fato de uma situação não ter acontecido da maneira como eu esperava e queria, não significa que sempre será assim. Mais do que isso, quanto mais se erra, mais perto se está do acerto.
Portanto, eventuais colegas pessimistas que estejam lendo isso, pensem muito bem nessa experiência: é preciso cair pra aprender a se equilibrar. A derrota acende as luzes que conduzem à vitória; o derrotismo as apaga.

Frase do dia:
"Somos como um diamante bruto, o qual a lapidação transforma em jóia brilhante. Se o caminho é a luta, caminhemos então."
(Eu mesmo =)

domingo, 19 de julho de 2009

Primeira postagem (em 2009)

Então galera !
Esse blog eu fiz em 2008, quando eu fiquei super empolgado com um trabalho com vídeo no meu colégio, onde teve vários debates e discussões interessantíssimas, aí eu me achei meio dono da bola e fiz esse blog, mas acho que esqueci dele no dia seguinte. Aí tava afim de fazer outro blog e aproveitei esse mesmo.
Até porque, apesar de nao ter nenhuma pretensão, tenho a esperança romântica de que essas minhas palavras sirvam pra fazer as pessoas que tenham paciência de lê-las pensarem um pouco sobre o mundo, a vida, as coisas em geral....
E pra começar, eu quero aqui relatar minha mudança brusca de ponto de vista:

Até essa sexta-feira, eu era extremamente categórico e conservador em relação a relacionamentos liberais. Digo isso porque eu simplesmente nao aceitava como duas pessoas com uma diferença de idade tão grande poderiam se relacionar. Diferença de idade grande pra mim era mais de 15 anos de diferença. Até que nesse sábado, vendo um programa na televisão onde eu vi um caso desse, me caiu a ficha e eu finalmente compreendi a situação.
Não sei como acontece com vocês, mas eu observo no meu círculo de amizades todos ao meu redor. E sem querer botar banca, eu vejo muitos amigos meus com atitudes e mentalidades muito imaturas (nao totalmente, lógico) em relação a mim. Ou talvez eu seja velho demais. Mas a questão é que há com certeza uma diferença nesse sentido. Ora, uma pessoa com uma mentalidade como a minha não consegue - assim como eu não consigo (mais) - se relacionar com uma pessoa que tenha cronologicamente a minha idade, mas tome posturas que eu tomava a 3, 4 anos atrás. E qual é a solução mais clara? Buscar pessoas mais velhas, com a premissa de que pessoas mais velhas são mais maduras. E a teoria é verdadeira. Mesmo que uma mulher de 30
anos tenha a minha mentalidade (ou seja, nao tenha uma "maturidade absoluta") eu já fico feliz de termos idéias equivalentes.
Então é dessa forma que eu penso agora. E antes que os rebeldes de plantão venham fuzilar meus comentarios, não quis me referir a ninguém nem fazer nenhum tipo de generalização. É só a situação que eu observo e o que eu penso dela, honestamente.

E vamos em frente que atrás vem gente !

Frase do dia:
"Devia ter me importado menos com problemas pequenos....ter morrido de amor!"
(Epitáfio - Titãs)