sexta-feira, 18 de setembro de 2009

R.I.P. (Reles Indigente Padecendo)

Eu não vou mais tentar provar minha inocência.
Eu não vou mais me preocupar com quem não liga.
Eu não vou me esforçar para me aceitarem como eu sou.
Eu não vou mudar para que me aceitem futuramente.
Eu não vou mais ser o acessível e o sensível.
Eu não vou tentar argumentar com quem não ouve.
Eu não vou ouvir de quem não quer argumentar.
Eu não vou mais me esconder de ninguém.
Eu não vou mais fazer com que me encontrem.
Eu não vou mais esquecer de mim mesmo.
Eu não vou mais fazer com que eu seja lembrado.

Entre estar sozinho e junto de quem não está,
A diferença é nenhuma.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Caro amigo jupteriano,

Quanto tempo, hein? Acho que depois que os ufólogos começaram a levar as coisas a sério você e seu povo ficaram bem mais reservados.
E eu acho que fazem bem mesmo. Sabe, quanto mais eu penso, mais eu vejo como a gente aqui da terra complica as coisas tão desnecessariamente, em detrimento de nós mesmos. Em pleno século XXI, num auge da liberação cultural, estamos bastante insensíveis às coisas belas e simples da vida. E aliamos essa tendência com uma mania ferrenha de nos mantermos numa retranca forte, como se tudo e todos pudessem sempre de alguma forma nos prejudicar.
Quer um exemplo? Venha nos visitar qualquer dia desses e tome um de nossos transportes públicos de rua, que chamamos de ônibus. Entre em um desses e tente iniciar uma conversa amigável e franca com um passageiro. Poucos o responderão de bom humor e aceitarão sua atitude como normal. Isso francamente é algo que não entendo (e olha que estou aqui desde que nasci). Por que a partir do momento em que as pessoas começaram a ficar mais juntas (morando em condominios, pegando onibus..) elas se afastaram tanto e estão tão pouco receptíveis a situações que são tão normais?
Sinceramente, essa falta de coesão de nossa sociedade me encomoda. Fico imaginando as pessoas num planeta tão evoluído como o seu. Lá as pessoas devem ser tão mais solidárias umas com as outras, as relações devem ser tão mais calorosas, muito mais humanas do que a da minha gente que se considera como "a humanidade", que deve ser meio chato nos visitar de vez em quando. Azar nosso.