domingo, 14 de fevereiro de 2010

As aventuras de Hugo e o Serviço Militar Obrigatório: dia de alistamento

Tudo certo e combinado. Naquela quinta-feira marquei com um amigo meu que iríamos juntos para a junta militar para que fizessemos o penoso alistamento militar. O chato é que cada um falava uma coisa, alguns chegavam às 8 horas da manha, outros de madrugada, e por fim combinamos que chegariamos às 5 e meia no local.
Por bem ou por mal, exatamente na hora de sair a agua da minha casa acabou e eu nao podia nem lavar o rosto. Resultado: não fui, dei mó furo com o meu colega. E o coitado foi para a fila sozinho, mas inutilmente: às 5 horas da manhã já tinham 200 condenados na frente dele, e a junta militar (sabe lá Deus porque) só atende 50 por dia.
Eu não sou radical nem revolucionário, mas isso já me deixou com mta indigestão. A junta militar da praça seca atende os bairros de Jacarepaguá E Barra, como é possivel que eles só atendam 50 pessoas por dia? A resposta é óbvia: como é obrigatório, e eles tem o emprego garantido, a gente que se vire de arrumar um lugar na fila.
Então, com muita revolta, escolhi a sexta feira de carnaval para ir me alistar. E a estratégia até que funcionou: chegando na fila às 4 e 40 da madrugada, fui o número 25 ! E assim, 2 horas e 20 minutos depois, finalmente entramos no lugar para sermos "atendidos"
Sim, atendidos entre aspas, pq é a coisa mais ridícula do mundo. Ficamos mais uns 30 minutos parados até que a fila começou a andar, e advinha pra que? Para entregarmos os nossos documentos e deixá-los lá, e às 10 horas da manha deveriamos voltar para buscar o certificado de alistamento. CARAMBA! Em pleno seculo XXI leva-se 3 horas digitando dados e imprimindo papéis. Sério, a sensação de esperar 3 horas em pé para apenas entregar os documentos é pior do que ver o Brasil perder na copa do mundo antes das semi-finais.
Por fim, voltei ao local no horário marcado, já um pouco mais conformado, para uma nova afronta. Éramos 100 rapazes (sim, pq magicamente eles decidiram duplicar o numero de atendimentos naquele dia)...imaginem que dentro da sala haviam 4 bancos, e que cada banco era largo o suficiente para 5 rapazes...o esquema era entrar um por um (note-se que no meio da multidão a mulher que chamava os nomes nao fazia o menor esforço para que a voz saísse da boca) até que os 20 lugares nos bancos fossem preenchidos. Só aí começava-se a chamar um por um (de novo, pela milésima vez no dia) para assinar os nomes e carimbar o polegar no certificado.
Moral da história: convenhamos que o Serviço Militar Obrigatório já não é uma coisa lá muito agradável. Mas fica mil vezes pior quando vemos os órgãos responsáveis pelo alistamento e as pessoas que trabalham sem a menor preocupação de fazer as coisas de maneira decente. Volto a dizer, em pleno século XXI, num país onde o sistema eleitoral é um dos mais avançados do mundo, faz sentido ficar 3 horas em pé numa fila para entregar os documentos, e mais sei lá quanto tempo para pegar o certificado, pela falta de vontade de trabalhar dos funcionários?

Se cada alistado conferisse 100 reais para cada um dos funcionários, eles iriam dar plantão ! Mas como isso em nada os afeta, é feito da forma que é. Depois reclama-se do desemprego estrutural.

3 comentários:

Beatriz. disse...

É... é bem verdade que as coisas não condizem nesse país, e tudo se torna mais contraditório a cada manhã. É bem verdade também que a mente militar faz questao de ser arcaica. Entretanto, vc foi um pouco longe ao falar do desemprego estrutural! =P hahaha. Muito bom o post... para além de seu radicalismo pré-universitário! =P

thiago silva disse...

acho nada radical seu ponto de vista pq so ten a droga da taquara p/ atender os condenados da barra e msmo lá ,somos atendidos de forma inadequada ...coitado dos proximos

johnny disse...

Eu ja fui 7 vezes e nada

nem consigo arruma emprego pq ñ tenho esse documento....é fim

eles atendem mal pra karamba la..

esse serviço precisa melhora e muitooo!!!